26 de Junho de 2022
- 2º Grau
- Controle Concentrado de Constitucionalidade
- Decisão de mérito
Acesse: https://www.jusbrasil.com.br/cadastro
Supremo Tribunal Federal STF - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ADI 4362 DF 0774963-34.2009.1.00.0000
Publicado por Supremo Tribunal Federal
Detalhes da Jurisprudência
Processo
ADI 0774963-34.2009.1.00.0000 DF 0774963-34.2009.1.00.0000
Órgão Julgador
Tribunal Pleno
Partes
REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, INTDO.(A/S) : CAMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Publicação
06/02/2018
Julgamento
9 de Agosto de 2017
Relator
DIAS TOFFOLI
Acesse: https://www.jusbrasil.com.br/cadastro
Ementa
Direito Constitucional. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Governador de Estado. Licença-Prévia da Assembleia Legislativa para Instauração de Processos Por Crimes Comuns.
1. A Constituição Estadual não pode condicionar a instauração de processo judicial por crime comum contra Governador à licença prévia da Assembleia Legislativa. A república, que inclui a ideia de responsabilidade dos governantes, é prevista como um princípio constitucional sensível ( CRFB/1988, art. 34, VII, a), e, portanto, de observância obrigatória, sendo norma de reprodução proibida pelos Estados-membros a exceção prevista no art. 51, I, da Constituição da Republica.
2. Tendo em vista que as Constituições Estaduais não podem estabelecer a chamada “licença prévia”, também não podem elas autorizar o afastamento automático do Governador de suas funções quando recebida a denúncia ou a queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça. É que, como não pode haver controle político prévio, não deve haver afastamento automático em razão de ato jurisdicional sem cunho decisório e do qual sequer se exige fundamentação ( HC 101.971, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. em 21.06.2011, DJe 02.09.2011; HC 93.056 Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, j. em 16.12.2008, DJe 14.05.2009; e RHC 118.379 (Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, j. em 11.03.2014, DJe 31.03.2014), sob pena de violação ao princípio democrático.
3. Também aos Governadores são aplicáveis as medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, entre elas “a suspensão do exercício de função pública”, e outras que se mostrarem necessárias e cujo fundamento decorre do poder geral de cautela conferido pelo ordenamento jurídico brasileiro aos juízes.
4. Pedido julgado integralmente procedente, com declaração de inconstitucionalidade por arrastamento da suspensão funcional automática do Governador do Distrito Federal pelo mero recebimento da denúncia ou queixa-crime. Reafirmação da seguinte tese: “É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a instauração de ação penal contra o Governador, por crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo".
Decisão
Após o voto do Ministro Dias Toffoli (Relator), julgando parcialmente procedente o pedido formulado na ação direta, pediu vista dos autos o Ministro Roberto Barroso. O Plenário deliberou apreciar, no momento da devolução da vista, o pedido de sustentação oral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Ausentes, justificadamente, o Ministro Celso de Mello e, nesta assentada, a Ministra Cármen Lúcia. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 01.07.2016. Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Ministro Roberto Barroso, que redigirá o acórdão, julgou procedente o pedido, para declarar a inconstitucionalidade do art. 60, XXIII, e das expressões constantes do art. 103, caput (Admitida a acusação pelo voto de dois terços da Câmara Legislativa), ambos da Lei Orgânica do Distrito Federal, bem como, por arrastamento, do art. 84, § 1º, I, da Lei Orgânica do Distrito Federal (§ 1º O Governador ficará suspenso de suas funções: I nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;). Vencido o Ministro Dias Toffoli (Relator), que julgava parcialmente procedente o pedido. O Tribunal, ainda, nos termos voto do Ministro Roberto Barroso, reafirmou a seguinte tese: É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a instauração de ação penal contra o Governador, por crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 9.8.2017. Tese É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a instauração de ação penal contra o Governador, por crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo.
Acórdão
Após o voto do Ministro Dias Toffoli (Relator), julgando parcialmente procedente o pedido formulado na ação direta, pediu vista dos autos o Ministro Roberto Barroso. O Plenário deliberou apreciar, no momento da devolução da vista, o pedido de sustentação oral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Ausentes, justificadamente, o Ministro Celso de Mello e, nesta assentada, a Ministra Cármen Lúcia. Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 01.07.2016. Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Ministro Roberto Barroso, que redigirá o acórdão, julgou procedente o pedido, para declarar a inconstitucionalidade do art. 60, XXIII, e das expressões constantes do art. 103, caput (Admitida a acusação pelo voto de dois terços da Câmara Legislativa), ambos da Lei Orgânica do Distrito Federal, bem como, por arrastamento, do art. 84, § 1º, I, da Lei Orgânica do Distrito Federal (§ 1º O Governador ficará suspenso de suas funções: I nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;). Vencido o Ministro Dias Toffoli (Relator), que julgava parcialmente procedente o pedido. O Tribunal, ainda, nos termos voto do Ministro Roberto Barroso, reafirmou a seguinte tese: “É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a instauração de ação penal contra o Governador, por crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo”. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 9.8.2017.
Referências Legislativas
- LEG-FED CF ANO-1891 ART- 00053 CF-1891 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- LEG-FED CF ANO-1937 ART- 00086 ART- 00087 CF-1937 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- LEG-FED CF ANO-1946 ART- 00088 CF-1946 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- LEG-FED CF ANO-1967 ART- 00083 REDAÇÃO DADA PELA EMC-1/1969 ART- 00085 CF-1967 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- LEG-FED CF ANO-1988 ART- 00001 ART- 00002 ART- 00005 INC-00035 INC-00054 ART- 00018 ART- 00022 INC-00001 ART- 00025 ART- 00027 PAR-00001 PAR-00002 ART- 00028 ART- 00034 INC-00007 LET- A LET- B LET- C LET- D LET- E ART- 00037 "CAPUT" ART- 00051 INC-00001 ART- 00057 PAR-00004 ART- 00061 PAR-00001 INC-00001 INC-00002 LET-b ART- 00075 ART- 00085 PAR- ÚNICO ART- 00086 "CAPUT" PAR-00001 INC-00001 PAR-00003 PAR-00004 ART- 00102 INC-00001 LET- B ART- 00128 PAR-00003 PAR-00004 ART- 00144 ART- 00170 CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- LEG-FED EMC-000001 ANO-1969 EMENDA CONSTITUCIONAL
- LEG-FED EMC-000035 ANO-2001 EMENDA CONSTITUCIONAL
- LEG-FED DEL- 003689 ANO-1941 ART-00282 PAR-00005 ART- 00319 CPP-1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
- LEG-FED SUV-000046 SÚMULA VINCULANTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STF
- LEG-FED SUMSTF-000394 SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STF
- LEG-FED SUMSTF-000722 SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STF
- LEG-EST CES ANO-1989 ART-00071 INC-00015 ART-00107 "CAPUT" PAR-00001 INC-00001 INC-00002 PAR-00002 PAR-00005 PAR-00006 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, BA
- LEG-EST CES ANO-1989 ART-00053 INC-00005 ART-00084 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, RS
- LEG-EST CES ANO-1989 ART-00063 INC-00013 ART-00104 "CAPUT" PAR-00001 INC-00001 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, PI
- LEG-DIS LEI ANO-1993 ART-00060 INC-00023 ART-00084 PAR-00001 INC-00001 ART-00103 "CAPUT" LODF-1993 LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL
Observações
- Acórdão (s) citado (s): (FUNDAMENTAÇÃO, ATO JUDICIAL, RECEBIMENTO, DENÚNCIA, QUEIXA) HC 93056 (2ªT), HC 101971 (1ªT), RHC 118379 (1ªT). (COMPETÊNCIA PRIVATIVA, UNIÃO FEDERAL, PROCESSO, CRIME DE RESPONSABILIDADE) ADI 341 (TP), ADI 1440 (TP), ADI 1628 (TP), ADI 2220 (TP), ADI 1890 MC (TP), ADI 4764 (TP), ADI 4791 (TP), ADI 4792 (TP), ADI 4797 (TP), ADI 4798 (TP), ADI 4800 (TP). (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, AUTORIZAÇÃO PRÉVIA, PROCESSO, CRIME COMUM, GOVERNADOR) RE 159230 (TP), HC 80511 (1ªT), HC 86015 (1ªT), ADI 4791 (TP), ADI 4792 (TP), ADI 4800 (TP), ADI 5540 (TP). (CLASSIFICAÇÃO, NORMA DE OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA) ADI 216 MC (TP). (NORMA DE REPRODUÇÃO FACULTATIVA, RECONDUÇÃO, CARGO, MESA DIRETORA, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA) ADI 793 (TP). (NORMA DE REPRODUÇÃO PROIBIDA) ADI 2599 MC (TP), ADI 314 (TP). (PRINCÍPIO REPUBLICANO, EXTENSÃO, GOVERNADOR, PRERROGATIVA, PRESIDENTE DA REPÚBLICA) ADI 978 (TP). (CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, PRISÃO PROVISÓRIA, RESPONSABILIDADE PENAL, GOVERNADOR) ADI 978 (TP), ADI 1015 (TP), ADI 1008 (TP), ADI 1011 (TP), ADI 1012 (TP), ADI 1014 (TP), ADI 1018 (TP), ADI 1017 (TP), ADI 1013 (TP), ADI 1023 (TP), ADI 1022 (TP), ADI 1024 (TP), ADI 1025 (TP), ADI 1019 (TP), ADI 1027 (TP), ADI 1020 (TP), ADI 1021 (TP). - Decisões monocráticas citadas: (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, AUTORIZAÇÃO PRÉVIA, PROCESSO, CRIME COMUM, GOVERNADOR) ADI 4781, ADI 4790, ADI 4771. - Veja ADI 3466 do STF. - Veja art. 93 do Anteprojeto da Comissão Afonso Arinos. Número de páginas: 86. Análise: 10/05/2018, AMA.