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25 de Abril de 2024
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    Dispositivos do Estatuto Geral das Guardas Municipais são questionados em ADI

    há 10 anos

    A Federação Nacional de Entidades de Oficiais Estaduais (Feneme) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5156 no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual contesta a recente Lei Federal 13.022, de 8 de agosto de 2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais. Na ação, a entidade sustenta que a União não tem competência para legislar sobre guardas municipais, uma vez que são órgãos facultativos a serem criados ou não pelos municípios, segundo o interesse local. A Feneme argumenta ainda que guarda municipal não pode atuar como polícia.

    A lei questionada estabelece que as guardas municipais são instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas, que têm a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. Entre os princípios mínimos de atuação das guardas municipais estão a proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das liberdades públicas; a preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas; o patrulhamento preventivo; o compromisso com a evolução social da comunidade; e o uso progressivo da força.

    Para a entidade que representa os militares estaduais, a lei transforma as guardas em polícias e em bombeiros, com funções de prevenção e a repressão imediata, além do atendimento de situações de emergência, em total afronta ao texto constitucional. O art. caput da Lei 13.022/2014 inovou em relação ao texto da Constituição Federal, pois alterou a natureza das guardas municipais, atribuindo a função do proteção municipal preventiva, numa total invasão da competência constitucional das policias militares, pois a elas cabe a proteção preventiva, por meio do atribuição de policia ostensiva, também chamada doutrinariamente de policia preventiva. Portanto, deve a expressão ser declarada inconstitucional, por afronta ao art. 144, e , da Constituição Federal, aponta a Feneme.

    A entidade afirma que a segurança pública é de dever do Estado, sendo cinco as organizações policiais responsáveis pela segurança pública no Brasil: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal (na esfera de competência da União) e Polícia Civil e a Polícia Militar (na esfera de atribuição dos Estados e do Distrito Federal). A atuação das guardas municipais como polícia, sem fundamento constitucional, gera um risco jurídico no campo penal - caso as Autoridades, quer a Policial, o representante do Ministério Público e a Judiciária, entendam que os guardas municipais, ao agirem fora do mandamento constitucional, estão prevaricando de suas funções, ou estão agindo com abuso de poder, exercendo outras funções que não a sua, defende a Feneme.

    O relator da ADI é o ministro Gilmar Mendes.

    VP/CR

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/dispositivos-do-estatuto-geral-das-guardas-municipais-sao-questionados-em-adi/135530186

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    O monopólio da segurança pública constitucional, entendemos que o estado não o Estado, tem o dever de zelar pela segurança da população em geral, mas quais garantias nos é dada dessa segurança? Por enquanto, samos refém do crime organizado, e infelizmente nossas polícias desorganizadas. Quero crer, que sem ideais partidários, a lei sancionada pela Pesidenta Dilma deu uma revolucionada na área da segurança pública no Brasil. Oxalá que não desenvolva no coração de superiores da força auxiliar das forças armadas uma força reacionária e antidemocrática, prejudicando mais uma vez a população brasileira que clama por segurança pública. continuar lendo